[Artigo] O que é Anonymous de verdade?

Vocês deveriam saber da verdade.

A força de muitos em prol de valores nos quais acreditam, por si só, é louvável.

Porém, fazer uso da alcunha de “Anonymous”, é profundamente errado. Provavelmente sequer é culpa de vocês. Vocês, filhos, netos do Projeto Chanology, desconhecem o que aconteceu realmente nas entranhas da organização.

Anonymous não representa e jamais representou entidades físicas ou jurídicas. Ela representa o coletivo do pensamento de seus integrantes, com total liberdade de ir e vir. E exatamente por não representar entidades físicas ou jurídicas, jamais deve ser hasteada uma bandeira da mente-colméia para uma causa do mundo físico.

Porque, na verdade, ele não interessa para nós.

Sempre coexistiram no coletivo pensamentos considerados tanto “repugnantes” quanto “louváveis” para a sociedade. Ao mesmo tempo que localizamos pedófilos, trocamos informações sobre onde e como encontrar suas produções. Enquanto mandamos mensagens agradecendo com toda a sinceridade pelo suicídio de determinada pessoa, mandamos mensagens parabenizando com toda a sinceridade idosos vivendo ao léu. Porém nada disso diz respeito à nossa relação com o mundo físico. Diz respeito ao que o coletivo considera que vai criar, corromper e multiplicar a graça da situação. O Lulz.

Há uma separação muito importante entre as existências físicas e virtuais. O mundo físico já possui suas jurisdições. O mundo virtual… O que alguém pode fazer com a outra, sendo que uma delas, ou ambas, podem sequer existir? De que vale arruinar algo virtual, ou melhor, qual o verdadeiro prejuízo? Anonymous, representando um coletivo virtual, zela pela existência íntegra de seu habitat. Podem haver discordâncias de vários âmbitos, mas todos acreditam que a liberdade de informação é um direito inalienável. E no mundo virtual, foi decidido que defenderíamos com todos os nossos canhões tal direito.

Tal resolução ganhou proporções enormes com o Projeto Chanology. Originalmente, tudo ia “bem”: O objetivo era extirpar o câncer da Cientologia das nossas Internets. O resultado era o Lulz, e a visão de que assim, extirparíamos aqueles que censuram o que entra no âmbito virtual. Porém, a metástase se criou na forma de “membros de Anonymous” que queriam levar o movimento para o mundo físico, e o fizeram.

Este foi o momento em que Anonymous largou o movimento. Tudo o que vocês vêem hoje, de sites como o WhyWeProtest, são fruto daqueles que não entenderam o propósito que “Anonymous” se dedicava. Como as más notícias sempre se alastram mais rápido que as boas, rapidamente Anonymous deixou de ser um fenômeno de coletividade simbiótica para um movimento “qualquer”.

Não é “qualquer” no sentido de pequeno, não entendam mal. O falso Anonymous o qual vocês “fazem parte” possui proporções enormes, é um fenômeno espetacular de mobilização proveniente de um meio virtual. O que vocês podem fazer no sentido de apoiar causas consideradas de valor no mundo físico é potencialmente enorme.

Mas, trocando em miúdos, quem é Anonymous no plano físico, não é Anonymous, e não sabe realmente o que é Anonymous. Vocês não representam a verdadeira causa da mente-colméia, porque ela não possui uma causa real em primeiro lugar.

Mais uma vez, as causas são louváveis no plano físico – porém, não usem mais a alcunha de Anonymous. Vocês não representam o seu real significado. Sua existência limita-se ao virtual por motivos muito óbvios. Você não é Anonymous fora do virtual. Você é algo diferente.

Cordialmente,

Anonymous.

Nós somos Anonymous.
Nós somos Legião.
Anonymous não esquece,
Anonymous não perdoa.
Espere por nós.

Esse texto foi tirado de um comentário no site anonymousbh.tk

Achei muito interessante as colocações.
É importante percebemos que nosso anônimato se define na internet e não na vida real.